O que precisamos saber sobre o TCM e o óleo de coco
Atualizado: 5 de jun. de 2023
A era dos alimentos light acabou e entrou para a história como um dos principais erros de interpretação no decorrer do desenvolvimento da ciência nutricional moderna.
O TCM é a sigla em inglês de triglicerídeos de cadeia média, um tipo de gordura que devido a sua estrutura menor, não passa pelo sistema linfático e isso faz com que seja quebrado e absorvido mais facilmente pelo organismo. Após isso, transportado para o fígado, onde é metabolizado e lançado como hidrato de carbono.
Em seguida é utilizado como combustível, diferentemente das gorduras de cadeia longa, as quais sofrem um processo de digestão mais longo, elas assemelham-se aos carboidratos com relação a sua absorção que não precisam de tantas enzimas para uma completa digestão, mas diferem-se dos mesmos por não utilizarem insulina, isso faz com que os tcms não sejam depositados na forma de gordura, além de contribuir para manutenção da estabilidade da glicemia.
Eles podem ajudar a perder peso, a diminuir o apetite, ativar o cérebro e até mesmo intensificar seus treinos físicos.
As moléculas de gordura possuem corpos grandes e caudas finas, o comprimento da cauda da gordura determina como ela vai se comportar dentro do organismo, então os tcms tem cauda de comprimento médio, qualquer tamanho entre 6 e 12 carbonos de comprimento.
Quais os tipos de TCM?
Existem quatro tipos de tcm: o C6, C8, C10 e C12.
C6: é o ácido capróico e tcm mais curto, convertido em cetonas mais rapidamente do que os de cadeia mais longa e seu nome químico vem de capra, pois ele tem um odor característico que lembra o cheiro de cabra. Esse tcm não é recomendado pois causa problemas digestivos, mesmo em pequenas doses.
C8: é o ácido caprílico e é a melhor parte do tcm, convertido em cetonas em minutos, sendo bastante potente para suprimir a fome e estimular o cérebro. O c8 processado também é insípido, inodoro e fácil de digerir.
C10: é o ácido cáprico, quase tão eficiente quanto o carbono 8, mas um pouco mais lento na sua conversão energética, o que o torna mais duradouro, esses dois carbonos extras que ele tem em relação ao carbono 8 fazem com que o fígado leve um tempo maior para transformar ele em cetonas.
C12: é o ácido láurico, diferente dos outros tcms, ele se comporta mais como um ácido graxo de cadeia longa, os carbonos extras na sua cauda exigem etapas metabólicas adicionais, significando que é mais trabalhoso transformá-lo em cetona. Mas a fraca produção de cetona não faz com que o ácido láurico seja inútil, ao contrário, ele ajuda a combater vírus, fungos, bactérias, incluindo os estafilococos e a cândida.
Em geral, quanto mais curto o comprimento da cauda, mais eficientemente o tcm se transforma em cetonas, poderosa e eficiente fonte de energia para o organismo. As cetonas dão o nome de cetogênica à alimentação que faz com que o corpo queime gordura ao invés de carboidratos para obter energia. Cetose é o estado em que o corpo faz esse tipo de metabolismo, também chamamos de metabolismo lipídico.
Os motivos pelo qual o óleo de côco é muito conhecido está associado a presença dos tcms na sua composição. O C12, representa em média 47% da composição do óleo de côco, por isso ele não é indicado como um repositor de energia imediata, como o tcm puro, pois possui pouca quantidade do c8 e do c10, ou seja, o tcm não deve ser confundido como óleo de côco tradicional.
Suplementos de tcm combinam majoritariamente o ácido caprílico e cáprico, geralmente na proporção de 7 vezes mais concentrado que o óleo de côco.
O óleo de côco é uma excelente fonte de tcms, mas não significa que sua ingestão é equivalente a suplementação deles de maneira pura. Além do fornecimento de energia através da formação de corpos cetônicos, o tcm promove maior sensação de saciedade, efeito termogênico, melhora as funções cognitivas e também é uma fonte de energia importante em dietas cetogênicas e low carb.
A fonte do tcm é o óleo de côco e pode ser consumida em pequenas quantidades ou em preparações culinárias, o óleo de côco também pode ser ingerido na forma de cápsulas. Lembrando que devido à sua composição predominantemente de ácido láurico, ele não será eficiente como um tcm puro na geração de energia e no efeito de saciedade.
Existem duas apresentações dos tcms, ele em pó ou ele na forma líquida. A dosagem varia muito e não precisa ter uma precisão exata dela, visto que é um alimento.
Na forma líquida, é de 5ml por dia e pode ser ingerido em qualquer horário do dia. Em forma de pó, a dosagem é de 10 gramas por dia, dissolvidos em água.
O C6 tem um cheiro forte e não é recomendado por causar problemas estomacais. Essa característica serve para identificarmos a pureza do produto, os óleos de tcm de baixa qualidade quase sempre contém de 1 a 2% de tcm C6 e possuem um odor característico. Já os óleos de boa qualidade não apresentam o ácido capróico e por isso não tem cheiro, gosto e nem cor. Não é indicado tomar grandes quantidades de tcm, pois podem ocasionar desconfortos gastrointestinais como vômito e diarreia.
Tanto o tcm puro como o óleo de côco quebrarão o jejum. Ele não possui propriedades toxicológicas por via oral, quando consumido como um suplemento junto de uma alimentação equilibrada. Portanto, podemos obter os benefícios de uma excelente gordura saudável através da suplementação de tcm tanto puro quanto na forma de óleo de côco.
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